Silvaldo Luz e D. Maria de Fátima , donos da Cafeteria premiada pelo Banco do Nordeste

A cafeteria Canjerana, localizada em Ibicoara, na Chapada Diamantina , recebeu o prêmio de Melhor Projeto executado com financiamento do Banco do Nordeste. O proprietário Silvaldo Silva Luz afirma que o projeto é a realização de um sonho. ” Desde muito pequeno eu acompanhava meus pais na roça e aos 15 anos eu já produzia meu café”. Como a maioria dos pequenos produtores, Silval , que além de produtor é o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, produzia o café sem se preocupar muito com a qualidade. ” Há oito anos eu entendi que o café convencional não era suficiente, que eu precisava melhorar”.

Sem recursos próprios para investir, Silval foi atrás de financiamento. Além da construção da cafeteria, o projeto incluiu a compra de uma máquina de torrefação e demais equipamentos que permitem o controle final da qualidade do café. ” Eu sempre quis ser o torrador do meu café , pois a torrefação é uma etapa muito importante na produção do café especial”, afirma Silval. A dedicação como torrador já rendeu frutos. Silval foi selecionados em 2o. lugar em um concurso nacional, concorrendo com mais 150 torradores de todo o Brasil.

Além dos prêmios como torrefador e o de melhor projeto do BN, Silval também produz café premiado. Em 2021, ganhou o prêmio do concurso Melhor Café patrocinado pelo Sindicato Patronal de Cascavel, quando concorreram os produtores de Ibicoara, Mucugê e Barra da Estiva. Este ano, o prêmio veio dobrado. ” Mandei uma amostra do café despolpado em nome da minha mulher e outra amostra do natural no meu nome. Ela ficou em 3o. lugar no despolpado e eu fiquei em 5o. lugar no natural, ou seja, café com pontuação acima de 80 pontos. Melhoramos a cada ano, pois no ano passado fiquei em 6o. lugar”, declara Silval.

O segredo

Segundo Silval, a colheita e a pós colheita são etapas fundamentais para a qualidade do café. Colher o fruto no ponto cereja é uma prática que não faz parte da cultura local. ” É preciso fiscalizar a colheita, pois as pessoas daqui ainda não entendem a importância de selecionar o café na hora de colher”, explica Silval. A coleta seletiva, colher apenas os frutos vermelhos, é um dos vários detalhes que determinam um café de qualidade. A finalização da secagem é um segredo que Silval não revela para ninguém. ” A primeira etapa da secagem é feita no terreiro suspenso. A segunda etapa, o acabamento, é um segredo que não revelo pra ninguém “. afirma.

Com uma produção de 80 sacas na safra deste ano, Silval declarou que apenas 30% é de café especial. ” É muito trabalho para conseguir , especialmente na etapa da colheita pois é uma dificuldade conseguir a mão-de-obra”. Para pagar as despesas de produção do café especial, a maioria dos produtores vende o café commodity ou bica corrida,  que é quando o café não tem separação de peneiras. Um lote de bica corrida conterá uma mistura de tamanhos dos grão, além de grãos defeituosos e outras coisas mais. E isso pode ser considerado um padrão comum na indústria cafeeira, não apenas no Brasil, mas em muitos outros países produtores.

Café da manhã

O projeto do café Canjerana vai além da degustação. A próxima etapa inclui a visita guiada até o cafezal com o objetivo de mostrar todas as etapas da produção. ” Mostrar todas as etapas da produção é importante para o consumidor entender o valor do café. Nós fazemos tudo aqui. Plantamos, colhemos, secamos, torramos, moemos e empacotamos. É muito trabalho, mas é o que gostamos de fazer”, afirma Silval.

Além do cafezinho, o Café Canjerana também oferece um café da manhã completo. Tapiocas recheadas, ovos, cuscuz . Quem comanda o cardápio é o visitante. Para isso, basta ligar para D. Maria de Fátima e fazer o pedido pelo tel. (77) 99198-5541.

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