#Ibicoara: Cerca de 350 crianças com deficiência não recebem atendimento adequado

Não tem verba. Não temos profissionais especializados. Essas são as respostas que as mães de cerca de 350 crianças deficientes ouvem , quando buscam ajuda no município de Ibicoara, na Chapada Diamantina. O atendimento oferecido pelas Secretaria de Saúde não segue o protocolo recomendado para o tratamento, que exige atendimento permanente e semanal com diversos especialistas. Às mães, cabe insistir, e resistir. Elas criaram o Movimento de Inclusão, para sensibilizar os moradores do município para o drama que vivem e para se ajudarem mutuamente, insistindo na busca de atendimento adequado para os filhos. Segundo Tamires Vieira Couto, uma das organizadora do Movimento, o município cria a falsa ideia de que existe um atendimento quando, na verdade, o que esta sendo oferecido é um paliativo. ” Nossos filhos precisam de atendimento multidisciplinar, e semanal, para que possam melhorar o quadro geral de saúde. O atendimento, apenas um vez por mês, não resolve, e é injusto, pois não atende a demanda, afirma Tamires, que é mãe de uma criança autista.

Tamara Reis Araújo, moradora do distrito de Cascavel, tem três filhos, sendo que o João, de 6 anos, é autista nível 1 . Ela diz que o que mais dói é a indiferença e a falta de respeito para com as mães que buscam ajuda no sistema público. ” Recentemente a Secretaria de Saúde colocou um card nas redes sociais anunciando a contratação de um neuropediatra, isso criou uma expectativa enorme e , claro, todas as mães correram para inscrever os filhos. Só que as vagas oferecidas não foram suficientes. A Secretaria sabe que 20 vagas em Ibicoara e 20 em Cascavel , por mês, não são suficientes. Então, anunciar em redes social como se o atendimento fosse para todos é, no mínimo, desumano”, lamenta Tamara.

Se o atendimento na sede do município é insuficiente, o atendimento para as crianças que precisam de um atendimento fora da sede é um martírio, já que, dependendo do tipo de deficiência, o paciente tem muita sensibilidade ao barulho, a ambientes estranhos e a qualquer modificação na rotina. Uma mãe, que não quis se identificar, relatou o seu desespero toda as vezes que precisa levar o filho para Vitória da Conquista. ” Você espera e o carro não aparece . E o pior, ninguém lhe dá uma satisfação. Da última vez, tive que ir andando até a casa da pessoa responsável, levando meu filho pela mão. Só consegui o carro , quando disse que ia na delegacia denunciar”, lamentou.

Diante dos fatos, a Secretária de Saúde Deane Silva Soares (Branca) não atendeu aos diversos pedidos de entrevistas. Continuamos aguardando suas explicações.

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